K_lab – interacting on the reality interface V. 03 / PAÇO DAS ARTES / SÃO PAULO_BR 08.03.2014 > 06.04.2014

////////////////////////////////////////////////////////////////////////////////////

K_ v.3  São Paulo  selected works from K_lab – interacting on the reality interface

PAÇO DAS ARTES  – SÃO PAULO

> 8th March to 06th April 2014

special guests solange farkas (curator), marie ange bordas (artist), priscila arantes (paço director and curator).

O Paço das Artes – instituição da Secretaria de Estado da Cultura – inaugura no dia 8 de março às 16h, a mostra “K_” projeto artístico de César Meneghetti. Na ocasião haverá uma mesa-redonda com participação de César Meneghetti, Solange Farkas, curadora e diretora da Associação Cultural Videobrasil, e Marie Ange Bordas, artista visual, escritora e educadora. A mediação será feita pela diretora técnica e curadora do Paço das Artes, Priscila Arantes.

Serão apresentados no Paço duas obras complementares do projeto “K_”: K 05_still femmes (vídeo, 15 min. HD cor) e K 06_01011001 (tríptico vídeo, 2 min. cada, HD, cor). A primeira dedicada ao “homem” e a segunda à “terra” ambas extraídas do projeto relacional e multimídia intitulado K_lab – interacting on the reality interface, realizado na África (Níger-Itália 2007/2009) que narra, documenta e analisa o trabalho da população – na maior parte feminina – no combate a desertificação do Vale de Keita, região situada entre o Sahel e a África Central. “César Meneghetti compõe uma obra complexa em dois estilos sobrepostos, arte/documento: uma forma de práxis de arte baseada na incursão reciproca e na confrontação de identidade no fluxo criativo da vida cotidiana. No seu trabalho a disposição de traços materiais ou imateriais recodificados como fluxo convergem com a condição humana, os afetos, as problemáticas interceptadas e vividas ao longo do seu percurso pelo mundo, desde o Brasil até a Europa, ao Oriente, à África recriando interconexões transnacionais que ele transforma em linguagem, em obra, em arte. Uma forma rara de comunicar e compartilhar que só a arte permite vivenciar”, escreve a historiadora e crítica de arte Simonetta Lux no texto de abertura da mostra no MLAC Museu Laboratório de Arte Contemporânea de Roma.

Saiba mais sobre o projeto

Entre junho e novembro de 2007, César Meneghetti, o fotógrafo italiano Enrico Blasi e o cinegrafista inglês Sam Cole, participaram de diversas missões ao vale do Keita dentro  do  projeto  de  PAFAGE  (IBIMET – Conselho Nacional de Pesquisa Italiano), a fim de registrar o trabalho da população em luta constante contra  a  desertificação  na  zona  limítrofe  entre  o  Saara  e  a  África  central.  Meneghetti e seus colaboradores participaram deste cotidiano, recolheram depoimentos, e puderam trocar pensamentos e sensações com uma população de camponeses sobre alguns conceitos básicos da existência.

César Meneghetti realiza uma série de vídeos-documentos, como em K 05_still femmes onde o retrato de camponesas africanas na pausa de seu trabalho diário cria um duplo registro, objetivo/subjetivo, observando/observado, um retrato realista mas ao mesmo tempo não idealizado, até chegar à paisagem do lugar no tríptico do vídeo K_6 010010011 “de ritmo denso, com a cor de laranja e o vermelho se alternando nessa moldura luminosa e em movimento onde a paisagem parece naufragar na abstração digital. As obras são paradigmas, rastros que o artista encontra realmente, ao percorrer o território do Níger na ocasião do seu projeto, são reais e ao mesmo tempo produzidos pelo seu inconsciente cultural” como escreve Eleonora Carbone. Entre 1984 e 2007 a comunidade internacional a FAO, o WFP e a Cooperazione Italiana se mobilizaram para combater a carestia na Vale de Keita, lugar que havia passado em 1983 por uma grande seca, desertificação, empobrecimento agrícola e êxodo rural masculino. O renascimento do vale de Keita foi possível graças ao extraordinário esforço dos moradores da região, na grande maioria mulheres como as retratadas em K 05_still femmes que plantaram quase 20 milhões de árvores nos últimos 25 anos, e que conseguiram reconstruir a vida econômica da inteira região. O difícil acesso e escassez de agua, a paisagem árida quase lunar como a que vemos representada no tríptico “K_06”. Os sons e a voz do texto são da única rapper feminina da África Ocidental, ZM (Zara Moussa), intitulado “Ma Rage”, foi rearranjado e remixado pelo DJ Matthew Mountford a partir de sons e musicas gravados ao vivo por Meneghetti no Níger.

flyer_cesar_meneghetti_def copy

 

////////////////////////////////////////////////////////////////////////////////////

Essere dentro. César Meneghetti e la percezione dei luoghi.  Una riflessione di Fabrizio Pizzuto

Per Cesar Meneghetti esistono quadri in movimento dentro cui prolifera la struttura stessa della vita. Con essa e dentro essa si muove il senso di identità, che altro non è se non un posizionarsi all’interno, stare dentro alla vita, crescerci dentro a forza di guardarla con occhi, attenzione, emotivamente mai vergini. Si, perchè nemmeno il soggetto è fermo. C’è un punto di partenza (chi si è) e c’è un punto guardato. E infine, come terminale, c’è un punto-composizione, un’azione artistica che ferma il movimento in pensiero. Ogni still è infatti natura ferma di qualcosa in movimento, dato che ogni movimento è proliferare, vivere.

Perfino nelle interviste ogni persona che si ferma e indaga se stessa, le sue conoscenze o i suoi ricordi punta essa stessa il naso dentro a questo pensiero di movimento, lo odora, ci si inebria, si accorge di essere parte di un tessuto continuamente guardato. Questo tessuto modifica non solo la percezione, ma l’io stesso. Il quadro generale è composto da natura e uomini inglobati in spostamenti di toni cromatici e sonori. La visione si imprime, ci cattura, come suono ipnotico crescente, una lentezza che chiede di ricoprire la mente e lo schermo, per poi farsi punto fuori di esso, increspatura, bandiera, o riquadro che sia. Ci accompagnerà nel sovrapensiero una volta usciti dallo spazio espositivo. La scoperta di una terra, in definitiva, per Cesar Meneghetti, passa dalla scoperta della poesia. Questo ha a che vedere tanto con l’umano scorrere dei pensieri e dei ricordi, delle ancestrali abitudini, delle conoscenze e dei rituali, quanto con i colori e con l’animo che si perde dentro al mare delle sensazioni. L’arancione, la sabbia, l’acqua, il sole, il pensiero stesso, sono numerate vicissitudine che ipnotizzano e ci lasciano a naufragare con la mente nella distrazione dei pensieri. Immersi nel mondo che indaga i mondi di Meneghetti ci ritroviamo a fissare la mente su un suono e su un colore e a percepirlo come perfettamente identificato: Africa, ad esempio, pensiero chiamato Africa. I luoghi “catturati” dalla camera sono luoghi la cui anima vibra e si sposta, proprio come la mente in superficie nella meditazione o come l’oceano, laddove la quiete, la stabilità, la pace, il senso, sono completamente all’interno. La forza è all’interno, la vita è ovunque.